As operadoras dos planos de saúde vêm enfrentando recentemente um dilema no desenvolvimento de suas atividades. Ele surgiu com a necessidade de expansão dos serviços e da infraestrutura, ao mesmo tempo em que deve ser mantida a qualidade do atendimento.
Esse não é um desafio que pode ser facilmente resolvido. Uma consequência dessa situação foi a decisão da ANS – Agência Nacional de Saúde Suplementar, de suspender novas contratações de usuários de Planos de Saúde para 301 planos de saúde, administrados por 38 operadoras, incluindo instituições de grande porte.

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A medida foi tomada em consequência do grande número de consumidores insatisfeitos com a demora na marcação de consultas, realização de exames e cirurgias, fora do prazo determinado em normas da ANS.
As operadoras não poderão comercializar novos contratos durante três meses, até que consigam se organizar para atender seus clientes. O gargalo no atendimento dos usuários foi constatado também pela Associação Paulista de Medicina, em pesquisa que mostrou que 80% dos pacientes enfrentaram longas esperas, tanto em consultas como nos hospitais, demonstrando problemas no atendimento. A pesquisa em São Paulo é altamente significativa, pois o estado concentra 38,5% do total de usuários de planos de saúde do país.
No contexto desse clima de insatisfação, os profissionais de medicina resolveram se manifestar, por sentirem-se prejudicados pelo aumento na quantidade do público que procura atendimento, sem que isso seja, segundo eles, dignamente remunerado. As entidades de classe dos médicos criticam os valores pagos aos médicos e afirma que as negociações para reajustes nesse sentido têm sido muito lentas.
A Federação Nacional de Saúde Suplementar, que representa 15 grupos de operadoras de planos de saúde, declarou que foram concedidos aumentos regularmente para consultas e procedimentos médicos, respeitando índices acima da inflação, e acima dos reajustes anuais dos planos de saúde individuais. Assim o reajuste acumulado de 2005 a 2011 foi de 71,6%, enquanto que o reajuste dos planos de saúde foi de 66,5%. Nesse mesmo período, a inflação acumulada foi de 42,9%, segundo o Índice de Preços ao Consumidor Amplo.
A questão da ampliação do atendimento dos planos de saúde leva à discussão geral sobre a melhoria do atendimento à saúde no Brasil como um todo. Ao mesmo tempo em que o consumidor exige qualidade pagando preços que representam uma boa fatia de seu orçamento, os médicos também exigem ser remunerados à altura de sua qualificação. De qualquer maneira, essa será sempre uma equação difícil de ser resolvida enquanto o número de médicos cadastrados não crescer exponencialmente para atender a expansão da demanda de consumidores. Muitos médicos, diante dos valores pagos pelas operadoras, decidiram deixar de atender pelos convênios, o que torna mais crítico o limite operacional dos planos de saúde.
Resta saber como será resolvida a equação, já que o sistema público de saúde também não oferece opções que atraiam esses consumidores e na maioria das vezes paga aos médicos salários abaixo de suas expectativas. Este também é um desafio para profissionais da medicina recém-formados, que buscam se colocar no mercado de trabalho.
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Olá,
Deve existir um acordo entre as operadoras e os prestadores de serviço.É fato que os planos de saúde desonram os médicos e prestadores com honorários baixíssimos tentando assim suprir as suas necessidades. Logo então, acontece o que temos vendo atualmente, o consumidor sempre fique a mercê da situação.
Att.
Boa tarde,
Gostaria muito de adquirir o plano de saúde Bradesco, pois moro em Guaranta/MT, mas uso ele em Sinop/MT. Já tive esse plano e gostei muito dele.
Att.
Boa tarde,
Meu plano de saúde é Unimed com co-participação, não consigo marcar os profissionais de qualidade e não consigo outro plano em minha cidade…
Grande dilema porque pago muito caro e não utilizo muito.Gostaria de saber outras possibilidades.
Grata
Realmente não é um dilema fácil, entretanto não é impossível.
Deve existir um acordo entre as operadoras e os prestadores de serviço.É fato que os planos de saúde desonram os médicos e prestadores com honorários baixíssimos tentando assim suprir as
suas necessidades. Logo então, acontece o que temos vendo atualmente, o consumidor sempre fique a mercê da situação.