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Cuidado com adoçantes que não são melhores que o açúcar!

Cientistas elaboraram recentemente revisão sobre adoçantes artificiais e naturais. O relatório concluiu que alguns adoçantes substitutos do açúcar não trazem nenhum benefício para a saúde e podem ser perigosos.

A pedido da OMS (Organização Mundial da Saúde) cientistas analisar diversos compostos substitutos do açúcar, naturais e sintéticos.

O resultado concluiu que seu uso leva a perda de peso ligeira e que, quando não se deseja consumir o açúcar, o melhor são alimentos sem adoçantes.

Nas últimas décadas, nós assistimos a um processo de demonização do açúcar, ao mesmo tempo em que os adoçantes foram difundidos como excelentes opções para sua substituição.

O açúcar, ou sacarose, foi largamente relacionado à obesidade, como agente de cáries dentais ou como razão para o diabetes tipo 2 e problemas cardíacos, entre outros problemas de saúde.

Médicos passaram a recomendar que se reduzisse a sua ingestão ou que ele fosse substituído pelos adoçantes artificiais, principalmente para as pessoas consideradas como grupo de risco para essas doenças.

A onda dos adoçantes trouxe para consumo do público em geral adoçantes artificiais e naturais. A sacarina, que nas décadas de 60 e 70 era usada exclusivamente por diabéticos, passou a ser uma opção generalizada, ao lado de novas opções, como o aspartame, a stevia, de origem vegetal e o acesulfame K.

Cuidado com adoçantes que não são melhores que o açúcar!

Imagem: Getty

Essas substâncias são muito mais doces do que o açúcar, na proporção de até 20.000 vezes mais, como é o caso do advantame e neotame, licenciados pelo FDA (Administração Federal de Controle de Drogas) americano. São substâncias que não contém calorias ou têm em muito pouca quantidade.

Desde o começo do século XXI, o consumo de açúcar diminuiu e o de adoçantes disparou. Nos EUA, o número de consumidores de adoçantes aumentou 54%.

O consumo é alto inclusive entre crianças, que tomam refrigerantes diet, sem que os médicos tenham chegado a um consenso sobre a segurança no seu uso a longo prazo.

Para preparar um guia a respeito de adoçantes, a OMS promoveu um rastreamento de publicações e estudos científicos em que os efeitos dos adoçantes sobre a saúde foram analisados, em seus diversos aspectos, comparados com o açúcar e efeito placebo.

Nos trabalhos analisados, foram incluídas pessoas de diversas idades, adultos e crianças, pessoas saudáveis e pessoas com problemas de obesidade e sobrepeso.

O estudo incluiu 56 pesquisas e as conclusões foram publicadas na revista British Medical Journal.

O principal autor do estudo, professor Joerg J. Meerpohl, da Universidade de Friburgo, na Alemanha, afirma que não existem provas para avaliar de forma definitiva se existem benefícios e efeitos a longo prazo dos adoçantes.

É possível que exista um pequeno efeito na redução do peso a curto prazo, mas não há dados que confirmem que isso se sustente a longo prazo.

Há quem suponha que os adoçantes tenham efeitos benéficos, mas não houve comprovação a respeito.

Sobre a redução do peso, os estudos mostraram que, em adultos, a média de perda de peso quando são usados adoçantes, não é superior a 1.3 kg.

Um efeito que foi notado é a redução da pressão sanguínea em adultos que estão com sobrepeso, mas nas observações com crianças, dois estudos mostraram que houve um aumento do índice de massa corporal com o uso de dois adoçantes artificiais, a sucralose e o acesulfame K.

A Dra. Purdue Susan Swithers, que estuda a relação entre metabolismo, nutrição e cérebro, afirma que a ciência está mostrando que substituir açúcar por adoçante não ajuda muito e que, a longo prazo, as pessoas que os usam mostram serem menos saudáveis do que as que não os usam.

Ainda não se descobriu porque isso ocorre, mas pode existir mais de uma razão para que os adoçantes não sejam exatamente opções saudáveis.

A investigação publicada pela OMS ainda não está completa e ainda são necessários mais estudos para que haja uma recomendação final sobre os adoçantes.

Mas até agora não é possível responder à pergunta sobre a vantagem do consumo de adoçantes no lugar do açúcar, porque isso também depende da quantidade de adoçante utilizado e da possibilidade de combinação de dois ou mais adoçantes em uma mesma bebida, como no caso dos refrigerantes, para imitar o sabor do açúcar.

Esse fato torna ainda mais complicado avaliar os impactos negativos sobre a saúde, a longo prazo.

O que até agora ficou provado é que adoçantes não são uma fórmula mágica para prevenir e solucionar a obesidade.

No final, no caso das bebidas com adoçantes artificiais, a melhor alternativa para matar a sede ainda é a água, afirma o professor Tom Sanders, do King´s College de Londres.

Entre o que já se sabe sobre os adoçantes está a possível alteração no equilíbrio da microbiota intestinal, que foi apontada em alguns estudos.

Existe também a interferência sobre a percepção do sabor doce como fonte de energia no cérebro, fazendo com que as pessoas se confundam nas escolhas quanto ao tipo e quantidade de alimentos que ingerem.

Existem mecanismos específicos, que fazem com que nosso cérebro seja capaz relacionar algo com sabor doce com fonte de energia, mas os substitutos do açúcar não ativam esses mecanismos da mesma maneira.

Aqui vai uma lista de alguns adoçantes e substitutos do açúcar, que algumas pessoas até acreditam que sejam mais saudáveis do que o açúcar, acompanhados das principais informações sobre eles:

1 – Acesulfame K

Encontrado em refrigerantes, gelatinas, chicletes e sorvetes. Foi aprovado nos EUA em 1988. Os testes de pré-lançamento foram insuficientes. Um estudo de longo prazo com animais mostrou que ele pode estar relacionado ao câncer.

2 – Agave

É o nectar obtido do cacto agave, seu sabor e textura é similar ao do mel. Ele não contém antioxidantes como o mel, mais contém aproximadamente a mesma quantidade de calorias.

O agave é mais doce que o açúcar e deve ser usado em menores quantidades. Ele contém mais frutose do que o açúcar e pode reduzir a sensibilidade à insulina.

3 – Aspartame

Encontrado em bebidas, iogurtes, balas e chicletes. Pode ser adicionado em gotas ou pó. Esse é um dos adoçantes mais estudados, porque foi acusado de provocar desde ganho de peso até câncer.

Entretanto, não houve evidências convincentes dos seus efeitos e foi liberado com a recomendação de ser consumido com moderação.

4 – Xarope de frutose de milho

Encontrado em doces e cereais. É alvo de um grande debate. Alguns estudos demonstraram que bebidas adoçadas com o xarope de mel de milho, no Brasil popularmente conhecido como Karo, contribui para a obesidade mais do que a sacarose do açúcar.

Outros mostram que não é pior para a saúde. É melhor limitar o seu consumo.

5 – Honey

Encontrado em cereais, paes, chás. O mel contém traços de vitaminas e sais minerais. Estudos demonstraram que ele pode elevar a pressão arterial mais rápido do que outros produtos doces. Contém calorias e deve ser usado com moderação.

6 – Neotame

Encontrado em algumas bebidas, laticínios, sorvetes, sucos de frutas industrializados. É o mais novo no mercado.

O neotame é um derivado do aspartame, e parece ser ainda mais tóxico do que aquele. O neotame é produzido pela Monsanto.

Alguns estudos demonstraram que ele é uma “êxito-toxina”, que ataca os neurônios e provoca transtornos no sistema nervoso.

O neotame é de 30 a 60 vezes mais doce que o aspartame e de 7.000 a 13.000 vezes mais doce do que o açúcar e por isso seu uso é econômico para a indústria de alimentos.

Além disso, ele é mais estável a altas temperaturas do que outros adoçantes.

7 – Stevia extrato

Encontrado em bebidas diet, iogurtes e envelopes individuais. Derivado da planta stevia, é apontado como a alternativa natural aos adoçantes artificiais.

É considerado seguro, apesar de não ter sido intensamente testado.

8 – Sacarina

Estudos em ratos, no início dos anos 1970, encontraram uma ligação entre o consumo de sacarina e o câncer de bexiga.

A partir desse fato, nos EUA, uma determinação do Congresso obrigou que todos os alimentos que o contenham exibam um aviso no rótulo.

Estudos posteriores não encontraram evidências suficientes para afirmar que isso acontece em seres humanos. Entretanto, ele esta na lista dos que devem ser evitados.

9 – Sucralose

A sucralose foi aprovada em 1998, embora um estudo tenha demonstrado que pode impactar de forma negativa o sistema imunológico.

Atualmente é considerado seguro, depois que diversos estudos asseguraram que não induz ao câncer.

É um dos poucos adoçantes que não são sensíveis ao calor, portanto podem ser usados em alimentos assados, podendo ser utilizado por aqueles que precisam limitar os carboidratos ou são diabéticos.

Regina Di Ciommo

Mestre e Doutora em Sociologia pela UNESP, pesquisadora na área de Ecologia Humana e Antropologia, Desenvolvimento e Sustentabilidade Ambiental, foi professora em cursos superiores de Sociologia e Direito, nos estados de São Paulo, Minas Gerais e Bahia.

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