No dia 29 de setembro foi comemorado o Dia Mundial do Coração. A data tem o objetivo de conscientizar a população para a importância desse órgão e prevenir doenças cardíacas
Atualmente, as doenças que mais matam nos países ricos e emergentes são as cardiovasculares. No Brasil, o número de mortes chega a 300 mil por ano, segundo o Ministério da Saúde. Isso significa uma morte a cada dois minutos. No mundo, são 17 milhões de pessoas com problemas cardíacos.
A situação é tão grave que a Sociedade Brasileira de Cardiologia – SBC criou o Cardiômetro, que fornece informações atualizadas sobre esse problema.
Na década de 2004 a 2014, foram 3,5 milhões de mortes relacionadas com problemas no coração ou também na circulação sanguínea, como o derrame. As doenças vasculares são responsáveis por duas vezes mais mortes do que o câncer. O que é mais surpreendente, é que as mulheres têm sido as principais vítimas de infartos nos pais, com um total de 60% dos óbitos pela doença, invertendo a situação de décadas passadas, quando o maior número de vítimas eram os homens.
A hipertensão também está relacionada com as doenças vasculares, assim como a insuficiência cardíaca. Medidas simples poderiam prevenir e reduzir esses taxas, aliviando os gastos do sistema de saúde com os caros tratamentos.

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Conscientização para mudança de hábitos
A campanha Setembro Vermelho foi criada para alertar sobre a importância das mudanças no estilo de vida, incorporando hábitos mais saudáveis, que reduzem o nível de risco para o coração. A conscientização da população estimula a adoção de uma dieta rica em verduras, frutas e grãos, que tem o poder de controlar o colesterol, que é o grande responsável pelo acúmulo de placas de gordura em artérias e vasos sanguíneos.
Praticar exercícios físicos ajuda a controlar a pressão arterial, normalizando-a no nível de 12 por 8. O estresse pode ser tratado com atividades físicas e recreativas. O sedentarismo precisa ser evitado, porque causa doenças cardíacas precoces. Todos nós devemos ao menos fazer caminhadas diárias de 30 minutos.
Conheça o Mau Colesterol, o Bom Colesterol e o Triglicérides
O colesterol não apenas algo que se instala no seu corpo, como gordura em torno de sua cintura. Ele é carregado, através de sua corrente sanguínea, por transportadores de gordura, os lipídeos, além de proteínas. Eles são chamados, não por acaso, lipoproteínas.
Existem dois tipos de lipoproteínas que carregam cholesterol para as células. Um deles é o LDL (low-density lipoprotein) ou Lipoproteína de Baixa Densidade, em inglês. O outro é o HDL (high-density lipoprotein) ou Lipoproteína de Alta Densidade, em inglês. O total de cada tipo de colesterol em seu sangue pode ser mensurado através de um exame de sangue bastante simples.
LDL – “Mau” Colesterol
O colesterol LDL é chamado de “mau” colesterol. Pense nele como menos desejável ou mesmo como colesterol repugnante, porque ele contribui para acumulações de gordura nas artérias, ou seja, a arteriosclerose. O acúmulo de gordura estreita as artérias e aumenta o risco de um ataque cardíaco, derrame e doenças das artérias nas pernas.
HDL – “Bom” Colesterol
O HDL é o “bom” colesterol. Pense nele como o colesterol “saudável” e, portanto, quanto mais alto seu índice, melhor. Especialistas acreditam que o HDL age como um limpador, carregando o colesterol LDL para fora das artérias e de volta para o fígado. Ali ele é quebrado e eliminado do organismo.
Um nível saudável do colesterol HDL pode proteger contra o ataque cardíaco e o derrame. Estudos mostram que baixos níveis de colesterol HDL aumentam o risco de doenças cardíacas. O colesterol HDL não elimina completamente o colesterol LDL, apenas um quarto a um terço da sua quantidade no sangue é carregada pelo HDL.
Triglicérides
Os triglicérides são o tipo mais comum de gordura no corpo; eles estocam o excesso de energia de sua dieta. Um nível alto de triglicérides, combinado com um nível baixo de colesterol HDL ou um nível alto de colesterol LDL está ligado a acúmulo de gordura nas paredes das artérias. Isso aumenta o risco de um ataque cardíaco ou derrame.
Veja os sinais de doenças no coração que você precisa conhecer
É importante conhecer os sinais de uma doença ou crise cardiovascular, para que a procura por atendimento médico possa diminuir o risco de morte ou de sequelas. É preciso entender que existem sinais que podem indicar um problema mais ou menos grave, mas que ajudam o diagnóstico do médico.
Ocorrência de palpitações
A palpitação é a percepção de que o coração está batendo muito rápido, fora do ritmo ou muito forte. Ela pode indicar uma arritmia cardíaca e pode ocorrer causada por estresse ou emoções fortes. A palpitação pode ser sentida durante uma atividade intensa, mas também se a pessoa estiver sentada ou mesmo deitada. Caso aconteça com frequência, pode estar relacionada com fibrilação, isto é, uma série de contrações dos ventrículos cardíacos, que vibram, em vez de contraírem de forma coordenada. Pode ser fatal, se não for tratada imediatamente.
Dor no peito ou pressão no peito
A dor no peito ou sensação de desconforto e aperto são sintomas de ataques cardíacos, mas nem sempre se relacionam com este problema. Podem ser causados por um refluxo esofágico, por exemplo. De qualquer forma, se deve procurar um médico e ele pedirá um eletrocardiograma. Uma isquemia cardíaca costuma ser uma dor localizada à esquerda do peito e os pacientes a descrevem como “pressão” ou “peso” no peito. Alguns a descrevem como também relacionada com queimação que se estende para o pescoço e a mandíbula, além de muito suor e falta de ar. Geralmente ocorre depois de esforço físico.
Fadiga com falta de fôlego
O cansaço depois de um esforço é normal, como subir uma escada, por exemplo. Isso acontece principalmente com uma pessoa sedentária. Mas há diferentes tipos de fadiga. Se for acompanhada de dificuldade para respirar ou falta de fôlego, pode se tratar de uma insuficiência cardíaca. Se acontece frequentemente e depois de pequenos esforços, a falta de ar é um sintoma sério e um médico deve ser consultado.
Desmaio ou Tontura
Um desmaio pode ser ocasionado por uma queda de pressão repentina, o que é sinal de que pode estar ocorrendo um fluxo de sangue insuficiente para o cérebro. Mas também pode ser um sintoma ligado a problemas como estreitamento da aorta, que leva sangue para o coração. Também podem estar ocorrendo arritmias ou cardiomegalia (coração grande).
Dores nas pernas
Diversos problemas podem ocasionar dores nas pernas. Mas podem ser sintoma de uma doença arterial periférica ou sinal de problemas com os vasos sanguíneos. Nesse caso, além de muita dor, o paciente fica com os dedos dos pés com pouca circulação sanguínea, o que é perceptível porque se tornam frios e azulados. Nesse caso, é muito importante procurar atendimento médico rapidamente. Em casos crônicos, à medida que aumentam as obstruções, a dor nas pernas se intensifica e se manifesta quando se caminha até pequenas distâncias. Esse é um problema que aumenta o risco de infarto ou derrame.
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