A depressão é doença séria e assim precisa ser tratada
Relatório da OMS alertou para o agravamento da incidência de depressão em todo o mundo, em um número estimado de 300 milhões de pessoas.
Em março deste ano, a OMS publicou uma análise em que destaca o papel da depressão como causa de problemas de saúde em todo o mundo, afetando mais de 300 milhões de pessoas. A notícia teve grande repercussão na mídia mundial, porque os índices de ocorrência da doença aumentaram sensivelmente, em um total de 18%, considerando os dados de 2005.
As explicações que vêm sendo dadas para esse aumento variam, desde a falta de tratamento para problemas mentais, até ao temor que muitos sentem de serem discriminados por causa da doença, o que impedem que busquem o atendimento médico e possam se recuperar.
A OMS está alertando a todos os países para que analisem a importância dessas estatísticas e o impacto que a depressão tem em suas economias, para que a saúde mental receba mais apoio, com abordagens eficazes para o tratamento da depressão. A tarefa de prevenção e tratamento é urgente, destaca a organização, que é parte da ONU (Organização das Nações Unidas) e tem sede em Genebra.
Uma nova campanha de saúde mental está sendo promovida pela OMS, chamada de “Depressão: Vamos Conversar”. A campanha tem como objetivo lutar contra a descriminação e os equívocos geralmente ligados à depressão.
É muito importante para a pessoa que vive com depressão conversar com alguém em quem possa confiar. Esse momento muitos vezes é um primeiro passo para que inicie o tratamento e de os passos necessários para a recuperação.
Sintomas da depressão
O sintoma mais comum da depressão é a tristeza, que difere da tristeza eventual que todos nós sentimos, porque é uma tristeza profunda, baixa autoestima, acompanhada de falta de interesse pela vida e perda da capacidade de exercer as atividades normais da vida cotidiana, incluindo o trabalho. A depressão é conhecida desde a Antiguidade.
Outros sintomas da depressão:
– Irritabilidade, angústia, ansiedade
– Cansaço fácil, desânimo
– Diminuição da capacidade de sentir prazer em atividades antes agradáveis
– Apatia e falta de motivação
– Indecisão
– Medo, desespero, insegurança
– Pessimismo, culpa, sensação de fracasso, desejo de morrer, desejo de suicídio
– Dificuldade de concentração, raciocínio lento
– Diminuição do desejo sexual
– Perda ou aumento de peso
– Insônia
– Problemas gastrointestinais, como diarreia, azia, má digestão
– Dor no peito
A depressão aumenta as chances de ocorrência de outras doenças e distúrbios psicológicos graves, como o vício em álcool, drogas, tabaco, suicídio, diabetes e doenças cardíacas, que podem levar à morte.
O tratamento da depressão é mais raro nos países pobres
Os estudos da OMS constataram que as pessoas que recebem tratamento contra a depressão encontram-se, em sua maioria, nos países mais ricos. Nos países mais pobres e mais populosos, geralmente existe pouco o nenhum apoio para doenças mentais. A média de despesas com saúde mental, por parte dos governos, é de 3%, sendo que nos países ricos a média se eleva para 5% do orçamento e nos países pobres esse índice cai para 1%.
É importante que haja, por parte da sociedade, uma melhor compreensão sobre a depressão, os tratamentos que podem ser usados, seguidos de um atendimento mais amplo por parte dos serviços de saúde, de forma acessível para toda a população.
Causas da depressão
A depressão é considerada uma síndrome. Há evidências que demonstram a ocorrência de alterações químicas no cérebro da pessoa deprimida. Os estudos mostraram a relação com os neurotransmissores, como a serotonina, a noradrenalina e a dopamina. Essas substâncias são as responsáveis pela transmissão dos impulsos nervosos. As células nervosas são também afetadas por outros processos que ocorrem na síndrome.
Muita gente pensa que os problemas psicológicos e sociais levam as pessoas à depressão. Mas na verdade, é o contrário, a depressão é a causa das dificuldades psicológicas e sociais. O estresse também pode levar o indivíduo com predisposição genética à depressão.
A proporção de pessoas deprimidas na população é estimada em 19%, ou seja, uma em cada cinco pessoas sofre de depressão em alguma fase da vida.
Tratamento da depressão
O tratamento terapêutico adequado é feito depois do levantamento das causas envolvidas, com uma investigação rigorosa. Atualmente a terapêutica medicamentosa é considerada a mais importante.
São muitos os antidepressivos existentes no mercado farmacêutico. Os medicamentos são destinados a não incapacitar ou entorpecer o paciente. Em alguns casos, depois de passada a crise, há um tratamento preventivo ou manutenção, com ajuste do remédio, o que pode se estender por muitos anos, para evitar novas crises.
A psicoterapia é um fator importante para o tratamento. As técnicas empregadas agem para restabelecer a estrutura psicológica do indivíduo, colaborando para a compreensão da doença e a solução de possíveis causas na vida do paciente, com redução dos conflitos.
Atendimento dos planos de saúde no tratamento da depressão
Como resultado de intensa pressão do Conselho Federal de Psicologia e de pressão popular de audiências públicas, em 2016 entraram em vigor novas regras ditadas pela ANS – Agência nacional de Saúde Suplementar, para a cobertura mínima obrigatória, oferecida pelos planos de saúde no âmbito do tratamento psicológico e psiquiátrico.
Foram ampliadas as coberturas para a saúde mental e incluído o atendimento cotidiano em hospital-dia como obrigatório. A ampliação da cobertura foi considerada um grande avanço, uma mudança positiva. A resolução da ANS número 211, em seu artigo 3º determina que sejam adotadas medidas para evitar a estigmatização do doente de transtorno mental, que deverá ser tratado em consultórios e ambulatórios. A internação psiquiátrica é recomendada apenas como último recurso.
O número de consultas de Psicologia aumentou, o que trouxe um avanço para a atuação dos psicólogos na saúde suplementar. Anteriormente o número era de 12 sessões de psicoterapia. A nova resolução 211 aumentou esse número para 40 sessões com psicólogos, para alguns CIDs (Classificação Internacional de Doenças) e 12 sessões de atendimento psicoterápico em alguns CIDs. O que não foi alcançado e era proposto pelo Conselho Federal de Psicologia foi a cobertura sem limites para consultas. Mas se o atendimento psicológico for solicitado por um médico para um paciente internado, no caso de transplantes e intervenções cirúrgicas para retirada de órgãos, não haverá limitação de sessões.
Muitos procedimentos foram deixados de lado a partir da pressão dos planos de saúde sobre a ANS, mas mesmo assim houve avanços importantes, restando ainda muito para se conseguir, como por exemplo, a dispensa de solicitação de um médico para o atendimento com um psicólogo, o que fere a autonomia da profissão.
Conteúdo revisado por Walter Tadeu de Oliveira Filho, Corretor de Seguros – Registro SUSEP: 201103878
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