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Dismorfofobia: a obsessão pelo corpo perfeito

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A dismorfofobia chega a tingir cerca de 1% da população mundial, fazendo com que as pessoas vejam um reflexo distorcido delas mesmas. Entenda melhor esse problema e como pode ser diagnosticado e tratado.

Todo mundo já se olhou no espelho e encontrou um pequeno defeito no corpo que gostaria de mudar ou que acha que não fica tão bem.

Esse é um comportamento completamente normal, ainda mais quando existe uma certa pressão da sociedade para que se tenha o corpo perfeito.

Entretanto, algumas pessoas passam a encontrar defeitos demais ou esses são um incomodo tão grande que não conseguem esquecê-los. Eles se tornam uma obsessão e quando isso persiste por muito tempo vira uma doença, a dismorfofobia.

A pessoa está tão preocupada com aquele problema que passa a dar ele mais importância do que realmente tem e isso faz com que a sua visão fique distorcida. Além disso, passa a ter vergonha de quando os outros a observam, pois, acredita que estão olhando para o seu problema.

Se a pessoa acredita que está acima do peso é essa a imagem que verá refletida no espelho e, mesmo após perder muitos quilos e estar magra demais continuará se vendo obsessa.

Ela passa a se olhar várias vezes no espelho por dia para analisar aquilo que considera um problema e cada verificação fica insatisfeita com a imagem que encontra.

O nome correto da doença é Transtorno Dismórfico Corporal (TDC) ou dismorfofobia e resulta de um transtorno psicológico.

Ela costuma surgir na adolescência, junto com as mudanças da puberdade e pode afetar pessoas com 12 anos. Porém, ela se torna mais frequente e grave em jovens de 15 a 18 anos.

Isso não significa que não possa afetar outras faixas etárias, jovens de 20 anos também são bastante diagnosticados.

Nessa fase é mais comum o surgimento do problema devido as dúvidas comuns da juventude somadas a publicidade e ideia de corpo perfeito imposta pela mídia e sociedade.

Não se sabe ao certo o número de pessoas que são afetadas pela dismorfofobia, mas, estima-se que cerca de 1% da população mundial sofra com o problema. No Brasil são diagnosticados mais de 150 mil casos por ano.

Um levantamento apontou que cerca de 10% a 15% dos pacientes que apresentam depressão podem estar com o transtorno dismórfico corporal. E das pessoas que buscam por cirurgias plásticas, cerca de 10% possui o transtorno de forma grave.

Existem estimativas que apontam que cerca de 45% dos casos estão relacionados com a aparência do nariz. Outras partes do corpo também recebe muita atenção como abdome, boca, seio, mãos e cabelos.

A questão é que muitas vezes não se enxerga a dismorfofobia como uma doença, ela é vista como excesso de vaidade p que pode dificultar a busca por ajuda médica.

Dismorfofobia: a obsessão pelo corpo perfeito
Imagem: Getty

Causas da dismorfofobia

As causas da dismorfofobia podem ser diversas, uma delas é a falta de comunicação familiar que não consegue orientar corretamente a criança e tem dificuldade de lidar com as suas emoções ou a cobra demais.

Os fatores biológicos também são considerados causas. Quando o corpo não funciona corretamente, por exemplo, deixando de produzir serotonina em quantidade adequada, ela passa a ter transtornos como o TDC.

Pessoas muitos perfeccionistas e que se exigem demais, passam a ter transtornos psicológicos e esses sem tratamento podem evoluir para a dismorfofobia.

Os fatores sociais e culturais também possuem um grande peso.  Há uma cobrança da sociedade para que as pessoas se enquadrem em determinados padrões e, muitas vezes esses não condizem com a realidade.

Não é raro que os pacientes com dismorfofobia tenha sofrido algum tipo de provocação por causa do seu corpo na infância e na adolescência quando o seu caráter ainda está em formação.

O excesso de propaganda de cremes, produtos cosméticos e até mesmo cirurgias plásticas dão a impressão de que é possível conquistar um corpo igual ao apresentado na mídia e que sempre existe um defeito a ser corrigido.

Sintomas

Um dos sintomas que pode dar um alerta sobre a dismorfofobia é o excesso de vezes em que a pessoa se olha ao espelho. Nota-se que ela não está apenas vendo se o seu visual está bom, mas, existe uma análise muito mais minuciosa.

Outro ponto é a comparação com os demais, ela passa a olhar os outros e os vê muitos mais bonitos e se enxerga cada vez mais problemática. Por conta disso deixa de ter um convívio social e acaba se isolando.

Entretanto, esse é um problema que apenas ela está vendo e para os demais é uma questão imperceptível.

O humor sofre alteração, com a pessoa sempre desanimada ou mostrando sinais de ansiedade sem motivo aparente.

Quando a percepção distorcida da realidade diz respeito a estar acima do peso, a pessoa adota procedimentos para que possa eliminar os quilos extras. O uso de medicamentos e regimes rigorosos são frequentes e isso pode afetar à saúde.

As fotografias passam a ser um problema, a pessoa não gosta de tirá-las e quando o faz ê o seu defeito evidenciado.

Para conseguir esconder a imperfeição é comum que a forma de se vestir mude para tentar encobrir a parte que lhe incomoda. O uso excessivo de maquiagem também é frequente.

Quando com o vestuário não consegue mascarar o que lhe perturba, usa gestos e as mãos para tentar esconder o problema. Posições específicas passam a se repetir.

O tempo dedicado a melhorar a parte do corpo que incomoda é tão grande que acaba atrapalhando outras atividades e com isso pode deixar de realizar tarefas consideradas fundamentais.

Os gastos com visitas e médicos dermatologistas e cirurgiões plásticos também pode ser excessivos, pois, procura por vários profissionais que possam encontrar uma solução que o paciente procura.

Para se certificar de que possui um defeito começa a questionar os outros sobre ele. Mesmo quando existe a negativa, tenta de alguma maneira convencer os demais que algo não está certo.

Por fim, busca incansavelmente por tratamentos e até mesmo cirurgias plásticas, mesmo quando as recomendações médicas são contrárias.

Como é feito o tratamento da dismorfofobia

O tratamento visa interromper os sintomas e permitir que a pessoa possa voltar a ter uma real noção de seu corpo, porém, a doença não possui cura.

Como a pessoa tem dificuldade de admitir que possui o problema, na maioria das vezes ela acaba sendo encaminhada a um psicólogo ou psiquiatra por um dermatologista, cirurgião plástico ou outro profissional da saúde.

A família também possui uma grande participação na busca por ajuda médica e, normalmente são os pais que notam os sintomas e levam aos filhos para atendimento.

Ele é feito em duas etapas, uma com acompanhamento médico com orientação de psicólogos e psiquiatras e também com o uso de medicamentos.

As terapias viam mudar o pensamento e comportamento, substituindo os negativos e distorcidos por algo positivo.

Há intervenção também no âmbito social para entender as causas e eliminar possíveis fatores que desencadeiem o problema.

A duração do tratamento variará de cada paciente e isso só pode ser orientado por um profissional da saúde.

O medicamento normalmente inclui o uso de antidepressivos para minimizar a angústia que os pacientes sofrem.

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