Conheça os sintomas da desidratação: de tontura a convulsões, a falta de água no corpo pode afetar seriamente crianças e idosos, principalmente nos dias de maior calor do verão.
O maior sintoma da desidratação é o aumento da sede, que manifesta a falta de líquido no organismo. O problema se torna grave quando se trata de crianças e idosos, que não conseguem identificar a sensação correta e não tomam água ou não solicitam água na medida certa que necessitam.

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As cidades grandes do Brasil também não estão preparadas para prevenir a desidratação, com, por exemplo, bebedouros públicos nas ruas, o que criam dificuldades, tanto para moradores de rua quando para transeuntes e mesmo turistas. Conseguir água de maneira facilitada é um dos direitos mais básicos do cidadão de qualquer país.
O que é a desidratação
A desidratação é a condição do organismo que perde mais líquido do que é ingerido, conforme explica o Dr. Erico Oliveira, do Hospital Alemão Oswaldo Cruz. Segundo ele, a desidratação é causa comum de complicações em crianças e idosos. Isso é notado em hospitais, com os atendimentos que são feitos em dias de muito calor. Mesmo que se acredito que isso não vai acontecer na sua família, é preciso tomar os cuidados preventivos.
A Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo informou que, nos meses de agosto e outubro de 2019, quando as temperaturas foram elevadas, apesar de ainda ser primavera, foram registradas 146 internações por desidratação em hospitais estaduais, registradas em sua maioria em crianças com idade entre um e quatro anos e pessoas com mais de 70 anos. Como se referem a hospitais estaduais, esses dados não retratam a totalidade dos casos de desidratação no estado de São Paulo.

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Quando os sintomas se agravam
Nos casos leves e moderados, os sintomas da desidratação são a sede, pressão baixa, fraqueza, cansaço e sonolência. À medida em que a desidratação se agrava, os sintomas são câimbras, insuficiência renal, convulsões e até culminar em coma, que pode levar à morte. As convulsões ocorrem porque num quadro grave o cérebro tem seu funcionamento prejudicado. A convulsão é uma atividade elétrica descontrolada do cérebro, que pode ser desencadeada pela falta de água e por consequência pela concentração muito alta de sódio no sangue.

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Segundo o Dr. Erico Oliveira, no quando acontecem ondas de calor há casos de idosos que falecem por causa do aumento da temperatura corporal, que provoca mais produção de suor, o que acelera a perda de água. O aumento da perda de água pelo organismo faz com que o idoso desidratado fique fraco e tome menos água, até pela dificuldade de se movimentar, o que aumenta ainda mais a desidratação.
O médico explica que pessoas com mais idade podem morrer em poucas horas, em temperaturas acima de 35ºC, em cidades onde existem poucas árvores. Além da dificuldade para se locomover, os idosos têm uma percepção de sede alterada, menor do que os jovens. È muito importante manter uma garrafa de água por perto para que bebam em horários fixos, independentemente de estarem ou não com sede.
Já as crianças correm mais risco de sofrer desidratação porque, ao contrário, se movimentam mais e, com isso, a perda de água aumenta. Até os dois anos de idade, é recomendado ingerir entre 600 ml e 800 ml de água por dia.

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No caso de crianças, os pais ou responsáveis devem prestar atenção se a criança está amuada, sonolenta e sem urinar. Isso precisa ser feito com os bebês, a cada troca de fralda.
O corpo humano pode resistir pouco tempo à falta de água. Para os adultos a regra clássica é válida: é preciso tomar 2 litros de água por dia. Isso varia de acordo com cada um e depende de circunstâncias como estar exposto ao sol, como na praia, o que aumenta a necessidade de água, pratica de esportes, que também exige maior consumo de água, ou problemas de saúde.
Outra situação que exige maior ingestão de água é quando se consome bebidas alcoólicas, como cervejas, que fazem com que as pessoas urinem mais do que o normal. É importante tomar água ao mesmo tempo em que se toma a bebida e ter cuidado, especialmente no calor.
Nos casos graves de desidratação, o soro intravenoso é o tratamento indicado. Tomar água não vai ser o mais indicado, porque geralmente a pessoa está muito fraca para ingerir todo o líquido necessário. O soro é uma aplicação direta e é imediatamente absorvido.

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Problemas cardíacos e calor
Se você tem um problema cardíaco, tome medidas de bom senso para se manter seguro neste verão. Existem precauções extras a serem tomadas e principalmente, ouça os sinais de alerta do seu corpo.
Quando o termômetro aumenta, o calor começa a sobrecarregar os limites do sistema de refrigeração do seu corpo. Seu motor de acionamento é o seu coração, que assume uma carga mais pesada no clima quente, para manter a temperatura do corpo dentro do ideal.
Em pessoas ativas e em boa forma, lidar com o calor não exige mais do que conhecer seus limites e beber bastante líquido. Mas e se você tiver um problema cardíaco?
Pessoas com problemas cardíacos correm um risco um pouco maior de exaustão ou insolação, dependendo da gravidade do problema cardíaco, do seu condicionamento físico geral e dos medicamentos que você toma.
Nesse caso, você será mais sensível ao calor pode precisar limitar sua atividade em um grau maior. Se você estiver preocupado com o calor e o coração, converse com um médico. Isso é particularmente importante quando você sai de férias e tenta realizar atividades que não está acostumado a fazer em um clima muito quente.
O seu ar condicionado interior
Quando a temperatura corporal sobe acima do normal, as artérias se abrem, isto é, dilatam para permitir que o coração bombeie o sangue para os músculos periféricos e a pele e assim liberar calor. A transpiração permite que a umidade evapore e esfrie a pele.
Qualquer coisa que comprometa o sistema cardiovascular pode comprometer o seu ar condicionado interno. O calor, particularmente realizando exercícios, consome mais energia e coloca mais pressão no coração, afirma a Dra. Joanne Foody, diretora de Bem Estar Cardiovascular do Brigham and Women’s Hospital, nos Estados Unidos. Segundo ela explica, para manter a temperatura ideal do corpo, o coração precisa trabalhar mais.
O estresse térmico pode causar problemas extras se o sistema cardiovascular não estiver funcionando com eficiência máxima. Por exemplo, uma pessoa com artérias estreitadas no coração pode estar mais predisposta a dores no peito no calor.
Efeitos de medicação
Medicamentos cardíacos podem alterar a resposta do corpo ao calor. Aqui está o que você deve saber:
- Betabloqueadores diminuem a frequência cardíaca. Isso poderia tornar o sistema cardiovascular menos capaz de compensar temperaturas mais altas.
- Os diuréticos fazem o corpo excretar água extra e reduzir a pressão sanguínea. Tomar diuréticos no calor pode levar você à desidratação.
- A nitroglicerina dilata (abre) os vasos sanguíneos. Ficar superaquecido com este medicamento pode levar à tontura.
Ouça os sinais de alerta do seu corpo. Se você começar a se sentir mal, vá para um local fresco e beba líquidos. Sempre carregue um telefone celular para obter ajuda, se necessário. Os sinais de problemas incluem cãibras musculares, fadiga, fraqueza, confusão, tontura, náusea, respiração difícil, desconforto no peito e pulso rápido ou irregular.
O que fazer
Para qualquer um, o bom senso deve prevalecer no calor. Aqui estão algumas precauções simples:
- Qualquer que seja a atividade normal para você em clima mais frio, diminua no calor.
- Programe trabalho, recreação e outras atividades externas para a manhã ou o início da noite, se possível.
- Beba líquidos extras antes de sair, não apenas quando estiver com sede. Água pura é ótima para atividades normais; você não precisa de bebidas esportivas especiais ou águas de boa forma.
– Pessoas como problemas cardíacos devem tomar algumas precauções extras:
- Saiba se os medicamentos que você toma podem diminuir sua tolerância ao calor.
- Se você tiver insuficiência cardíaca, pergunte ao seu médico como gerenciar líquidos, porque beber demais pode desencadear sintomas preocupantes, como falta de ar.
- Pessoas com doença cardiovascular também podem ter função renal diminuída. Nesse caso, seu corpo terá mais problemas para regular os líquidos. Beber quantidades excessivas de água pode diluir seus níveis de sódio.
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