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Hospitais precisam garantir a segurança do paciente

O investimento em novas tecnologias é um benefício para o próprio hospital e para garantir a segurança no atendimento e proteção da sua saúde e a da sua família.

 A Organização Mundial de Saúde (OMS) adotou em 2004 o Programa de Segurança do Paciente. Desde então, mais de 140 países estão trabalhando para diminuir o risco dos cuidados inseguros. A segurança do paciente é encarada como um problema de saúde pública sério, em todo o mundo, desde o 3º. mundo até os países desenvolvidos.

Segundo a OMS, um em cada dez pacientes hospitalares é vítima de um evento adverso. Esse é um fato que ocorre em países desenvolvidos e pode ser causado por erros médicos ou fatos adversos. Segundo estudos da organização, nos países desenvolvidos existe a ocorrência de infecção por problemas ligados aos cuidados hospitalares, em sete de cada cem pacientes. Nos países subdesenvolvidos, esse número é de dez a cada cem. Uma medida simples, como lavar as mãos frequentemente, poderia reduzir essa frequência em até 50%.

Existe a estimativa de que já existem cerca de 1,5 milhões de dispositivos de tecnologia médica, de 10 mil tipos diferentes, mas a maioria dos pacientes no mundo não têm acesso a essa tecnologia de maneira adequada. Entretanto, procedimentos simples, como injeções, mostraram um progresso em termos de segurança. Houve uma redução no número de injeções por pessoa e na taxa reutilização dos dispositivos.

Os estudos de segurança do paciente mostram que as infecções adquiridas em hospitais, a incapacidade, a redução de produtividade e o custo das despesas médicas em virtude de reinternações custam bilhões de dólares anualmente. Aumentar a segurança do paciente é um benefício econômico que interessa a todos. Comparativamente, existe mais segurança em viajar de avião do que ser internado em um hospital. As chances de sofrer um acidente aéreo são de um em 1.000.000, mas uma em 300 internações resulta em prejuízo para o paciente.

Hospitais precisam garantir a segurança do paciente

Imagem: Getty

Boas práticas e soluções tecnológicas digitais

Portanto, a segurança do paciente exige reflexão e implementação de boas práticas, em qualquer sistema ou unidade de saúde. As soluções tecnológicas podem atender às necessidades de monitoramento do paciente. Além disso, contribuem para rastrear os processos de atendimento, para total controle das prescrições e práticas profissionais adotadas no caso, que interferem na evolução do estado do paciente, para melhor ou para pior.

Em nossa época em que todos os contextos estão sendo marcados pelas tecnologias digitais, no campo da comunicação, da física e da biologia, convivemos com uma realidade em que existem erros no atendimento hospitalar que podem ser evitados.

Para a segurança do paciente e das próprias instituições médicas ser garantida é preciso adotar práticas que integrem infraestrutura, máquinas, sistemas de informação, em um conjunto que aperfeiçoe o atendimento, dentro e fora da unidade de saúde.

Sem dúvida, a capacitação humana é importante e não pode ser relegada, em meio às práticas que utilizam a moderna tecnologia disponível. Ela é fundamental para a operação dos instrumentos, para a responsabilidade no seu manuseio, na leitura e análise dos dados, na tomada de decisões. De nada serviria um equipamento tecnológico sofisticado, sem a devida formação dos profissionais que dele se utilizam. O equipamento em si é incapaz de garantir a qualidade do atendimento, o que vai depender das condições humanas para avaliar erros e readequar os procedimentos.

A tecnologia empregada na segurança do paciente inclui a logística hospitalar, isto é, o gerenciamento adequado das compras de medicamentos, o seu correto armazenamento, o controle inteligente do estoque frente a demanda. A tecnologia é capaz de fornecer as condições para uma ótima distribuição dos produtos entre as unidades que prestam atendimento, contribuindo para o controle das prescrições e dispensação dos medicamentos e seu acompanhamento até a administração ao paciente.

A introdução das tecnologias no atendimento hospitalar, assim como em todos os ambientes em que vivemos, é um processo sem volta, em qualquer país do mundo e assim será também com o Brasil.

Situação nos hospitais brasileiros

O fundador e diretor do Instituto Brasileiro para Segurança do Paciente, Dr. Lucas Zambon, que também é assessor da Superintendência Médica do Hospital Samaritano (São Paulo) e professor de Emergências Clínicas no Hospital das Clínicas (FMUSP), declarou, em recente entrevista, que no Brasil, as estimativas são de mais de 220 mil mortes em consequência de eventos adversos, por ano, nos hospitais. Não há estudos consistentes sobre a evolução desse número ao longo dos anos, mas sabe-se que eles têm piorado.

A detecção desses eventos adversos vem se tornando mais eficaz, em razão da utilização cada vez maior de novas tecnologias e novos procedimentos de assistência, que, no entanto, também criam novos riscos. Segundo o Dr. Zambon, não existem hospitais que tenham conseguido eliminar os problemas que afetam a segurança do paciente, mas existem aqueles que buscam melhorar suas práticas e aumentar a qualidade da assistência, para que seja mais segura. Menos de 5% dos hospitais do Brasil tem um selo de qualidade, o selo de acreditação, entre quase 7 mil hospitais públicos e privados, o que é bem pouco e mesmo assim, segundo ele, a acreditação não garante totalmente a excelência em segurança do paciente.

Muitos hospitais ainda não entenderam que promover a segurança do paciente e aumentar a qualidade do atendimento é um investimento e não uma despesa. De acordo com o Dr. Zambon, garantir o cuidado do paciente é o principal papel da instituição. Certas atitudes simples, como adotar uma lista de controle e usar anotações por escrito para evitar esquecer etapas importantes de uma cirurgia, são procedimentos de custo muito baixo, que não deveriam ser negligenciados.

O Dr. Zambon explica que as ocorrências de eventos adversos estão relacionadas a dois fatores. Em primeiro lugar está a complexidade do caso. Quanto mais grave é o caso e maior existência de problemas relacionados, maior a chance de acontecerem erros. Outro fator é o tempo que o paciente fica internado no hospital, com a realização de muitos procedimentos. Isso aumenta a probabilidade de um evento adverso, o que inclui a morte.

Deve-se salientar que os melhores hospitais do Brasil são hospitais privados, que adotam procedimentos de segurança e nem por isso seus lucros foram prejudicados, afirma ele.

Regina Di Ciommo

Mestre e Doutora em Sociologia pela UNESP, pesquisadora na área de Ecologia Humana e Antropologia, Desenvolvimento e Sustentabilidade Ambiental, foi professora em cursos superiores de Sociologia e Direito, nos estados de São Paulo, Minas Gerais e Bahia.

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