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Meningite meningocócica deve ser prevenida com vacinas

A meningite é uma doença grave, que pode ser fatal em poucas horas. A notícia sobre a morte do menino Arthur, neto de Lula, causou impacto, mostrando a sua gravidade. A prevenção deve ser feita com vacinas.

A meningite, doença mortal que atingiu o neto de sete anos do ex-presidente Lula, o menino Arthur, é infecção provocada por bactérias, vírus ou fungos, que, através das vias respiratórias, chegam até as meninges, as três membranas que envolvem e protegem o encéfalo, a medula espinhal e partes do sistema nervoso central.

A meningite do tipo bacteriano é a mais grave e precisa de tratamento imediato. O risco de morte é de dez a vinte por cento, segundo informações do professor de infectologia da Unifesp, Dr. Celso Granato.

Esse tipo mais grave de meningite provocou a morte de Arthur Araújo Lula da Silva, de sete anos, de maneira fulminante.

Ele entrou no Hospital Bartira, de Santo André (Grande São Paulo), ás 7h20 da sexta feira, 1 de março e às 12:36 foi constado o óbito por meningite meningocócica.

Meningite meningocócica deve ser prevenida com vacinas

Imagem: Getty

Sintomas da doença

A meningite meningocócica é do tipo bacteriana e, junto com a pneumocócica, é considerada uma das formas mais graves e preocupantes da doença.

Os sintomas que exigem tratamento imediato são febre alta e repentina, rigidez do pescoço, dor de cabeça, vômitos, confusão mental e sensibilidade à luz.

Também podem acontecer manchas arroxeadas e dores no corpo, calafrios, diarreia, fadiga, mãos e pés frios.

Um pronto socorro deve ser procurado com urgência. Entre as sequelas graves, estão a cegueira, a surdez e a necessidade de amputação de membros.

Sobre as vacinas

Há vários tipos de vacinas para a meningite, porque são vários os tipos existentes da doença.

As meningites provocadas pelo hemófilo B, pelo pneumococo e pelo meningococo C têm vacinas disponíveis na rede pública e são gratuitas.

A vacina quadrivalente, que protege contra os tipos A, C, W e Y da meningite meningocócica, está disponível na rede privada, que também possui a vacina contra a meningite tipo B.

A Sociedade Brasileira de Imunizações (Sbim) alerta para o fato de que as vacinas protegem o organismo por aproximadamente cinco anos, sendo então necessário o reforço da imunização, principalmente contra os tipos C, A, W e Y.

Felizmente os casos de meningite estão em queda no Brasil, sendo que entre 2010 e 2016 a redução foi de 63%, de acordo com o Ministério da Saúde.

O caso do menino Arthur, segundo o professor Esper Kallás, da Faculdade de Medicina da USP, não significa que está havendo um surto ou epidemia.

A meningite ainda não foi erradicada e isso somente acontecerá quando todas as pessoas se vacinarem.

Quando acontece uma morte por meningite, o serviço de monitoramento e vigilância age para investigar se há outros casos da doença na região em que o doente morava.

Toda a família pode precisar ser tratada com antibióticos. Há casos em que a meningite ocorre em um paciente que está com problemas no sistema imunológico, eventual ou congênita.

A Associação Brasileira das Clínicas de Vacinas comunicou que não há necessidade de uma corrida aos postos de saúde ou clínicas de vacinação.

O importante é manter a carteira de vacinação das crianças atualizada. Se ocorrer uma alta procura pelas vacinas, com certeza o seu preço vai aumentar, o que provocará a falta do produto para quem mais precisa.

Muitas vezes faltam algumas vacinas nas clínicas privadas e isso acontece mesmo em períodos em que não está acontecendo um surto.

O número de pessoas que recebe as vacinas para meningite dos tipos ACWY e B na rede privada chega a 50 mil por ano.

É importante salientar, segundo os especialistas, que nenhuma vacina garante cem por cento de proteção.

Por exemplo, a vacina contra caxumba oferece uma proteção de apenas 70% na primeira dose e 85% na segunda.

Contra o sarampo, a vacina protege 95%, depois de duas doses, mas é essencial que sejam administradas.

Número de casos no Brasil

O Ministério da Saúde informa que, em 2018, foram 1.072 ocorrências de meningite meningocócica no Brasil, com 218 casos fatais.

Em 2017, foram 1.138 casos, com 266 mortes. A meningite pneumocócica teve 1.030 ocorrências registradas e 321 mortes em 2017, números que foram reduzidos em 2018 para 934 casos, com 282 mortes.

A meningite do tipo viral registrou 7.873 casos em 2018, com 93 mortes, sendo que em 2017, foram 7.924 casos, com 107 mortes.

O Ministério da Saúde informa que a meningite no Brasil tem incidência durante todo o ano, mas a do tipo bacteriana é mais comum no período do outono e do inverno.

A viral é mais frequente na primavera e no verão. Entretanto, o caso do menino Arthur foge dessa classificação, porque, sendo bacteriana, ocorreu em pleno verão, uma situação que merece ser melhor esclarecida.

A meningite bacteriana

Essa forma grave da doença é provocada pelas bactérias: Neisseria meningitidis (meningococo), Streptococcus pneumoniae (pneumococo), Mycobacterium tuberculosis, Haemophilus influenzae, Streptococcus sp., Listeria monocytogenes, Escherichia coli e Treponema pallidum.

As meningites bacterianas, como a meningocócica, que contaminou o neto Arthur do ex-presidente Lula, são as mais preocupantes, segundo o Dr. Jean Gorinchteyn, infectologista do Instituto Emilio Ribas, de São Paulo.

A bactéria cai na corrente sanguínea e provoca a liberação de fatores inflamatórios, que fazem os vasos dilatarem, o que leva à queda de pressão arterial e taquicardia, que pode levar á morte.

Por causa de sua rápida evolução, ela é bastante temida, além de ter alta letalidade e grande possibilidade de deixar sequelas, caso o paciente sobreviva.

No caso da meningite pneumocócica, ocorre uma forte reação inflamatória no cérebro, com sintomas semelhantes ao das outras meningites, mas como risco de importantes consequências neurológicas, como dificuldades para andar e falar.

A meningite bacteriana é transmitida pelas vias respiratórias, entre pessoas. Os agentes estão em gotículas e secreções que estão no nariz e da garganta de infectados, que os transmitem quando tossem ou espirram.

Também pode ocorrem infecção por alimentos contaminados por Listeria monocytogenes e Escherichia coli.

A meningite viral

A meningite viral tem sintomas mais brandos do que a meningite bacteriana, incluindo febre, dor de cabeça, náusea, vômito, rigidez no pescoço ou na nuca, perda de apetite, sonolência ou dificuldade para acordar, letargia (falta de energia) e sensibilidade à luz.

Os vários tipos de vírus podem ser transmitidos por contaminação fecal-oral, ao tocar objetos ou superfícies que tenham sido utilizados por pessoas doentes, através de água contaminada ou alimentos crus infectados. Mosquitos infectados também transmitem vírus.

A meningite fúngica

Com os mesmos sintomas dos demais tipos de meningite. Sua transmissão ocorre por meio da inalação dos esporos, que são fragmentos eliminados pelos fungos, que quando entram nos pulmões, chegam pela circulação até as meninges.

Os fungos encontram-se no solo, areia, grama e em diversos ambientes contaminados, mas principalmente ambientes úmidos e fechados ou em locais que acumulam excrementos de pássaros ou morcegos.

Como são o diagnóstico e o tratamento

A meningite, qualquer que seja a tipologia, é diagnosticada pelo exame de sangue e do líquido cerebroespinhal.

Os exames indicam o tipo da doença e assim a conduta que deverá ser adotada pelos médicos.

A meningite bacteriana é tratada com antibióticos, que podem ser associados a corticoides, durante 7 a 14 dias, necessariamente no ambiente hospitalar.

A meningite viral é tratada com antivirais e corticoides, por uma semana, com internação hospitalar, para que sejam monitorados os sintomas. A meningite fúngica é tratada com antifúngicos por 4 a 12 semanas.

Prevenção é a principal defesa

Existem vacinas para vários dos agentes infecciosos causadores da meningite.

O Dr. Demetrius Montenegro, do Hospital Universitário da Universidade de Pernambuco (UPE), recomenda que não se permaneça muito tempo em ambientes fechados e lotados, manter a casa arejada e o local de trabalho bem ventilado, mesmo no inverno, mantendo o cuidado com a higiene pessoal.

Regina Di Ciommo

Mestre e Doutora em Sociologia pela UNESP, pesquisadora na área de Ecologia Humana e Antropologia, Desenvolvimento e Sustentabilidade Ambiental, foi professora em cursos superiores de Sociologia e Direito, nos estados de São Paulo, Minas Gerais e Bahia.

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