O mês de outubro é o mês da campanha de conscientização contra o câncer de mama. Existem práticas e que precisam ser conhecidas para a prevenção da doença.

Imagem: Getty
Outubro Rosa 2018 e a prevenção do câncer de mama
Entre as mulheres, o tumor cancerígeno mais comum é o de mama. No Brasil, ele faz muitas vítimas e o Outubro Rosa é importante para ajudar a vencer esse desafio.
O Ministério dos Direitos Humanos (MDH) alerta para a importância da prevenção e diagnóstico precoce do câncer de mama, que vitima milhares de mulheres, anualmente no Brasil. A campanha Outubro Rosa, desenvolvida pelo Ministério da Saúde (MS) tem o objetivo de divulgar informações sobre o câncer de mama e também o câncer do colo do útero, para maior conscientização sobre a importância do diagnóstico precoce, que é um fator determinante para a redução da mortalidade.
O laço rosa é o símbolo da campanha e é utilizado mundialmente, por pessoas e organizações. No mês de outubro, a cor rosa ilumina a fachada de instituições e monumentos, para alertar para o movimento e sinalizar a adesão aos cuidados com a saúde.
Diagnóstico precoce – a mamografia
A mamografia é um teste rápido e pode diagnosticar precocemente os tumores no seio. Ele é o método mais utilizado e possibilita um exame não invasivo, que mostra imagens do seio feminino. O aparelho mamógrafo utiliza a radiação do raio-x tradicional, mas emite feixes que levam em conta a anatomia das mamas. A mamografia indica a presença de tumores, mas não é suficiente caso indique alguma formação suspeita. Nesse caso, o médico precisa de uma biópsia, que confirme o resultado. Outros exames também podem ser utilizados, como o ultrassom.
O mamógrafo utiliza duas placas que pressionam o seio para fazer uma imagem, que fica registrada em uma chapa. Não é necessário preparo, basta apenas remover a roupa para o exame. O resultado é obtido quando o médico que analisa o exame utiliza a escala BI-RADS, para interpretar as imagens. Essa escala têm sete categorias, que indicam a normalidade até o tumor, que pode ser benigno, maligno ou inconclusivo.
Apesar de necessário, a experiência da mamografia não é agradável. Isto porque a tecnologia utilizada aperta os seios entre duas placas, para tentar radiografar possíveis tumores. A imagem produzida nem sempre consegue indicar se o nódulo é maligno ou não e alguns resultados produzem uma suspeita infundada. Entretanto, um grupo de médicos da Universidade Tecnológica de Eindhoven, na Holanda, desenvolveu um tipo de exame que identifica o câncer de mama sem espremer os seios. As imagens da nova técnica, cujo nome é Ultrassom de Contraste Dinâmico Específico, são em 3D e os tumores malignos são identificados com mais facilidade.
Mamografia tem idade certa para ser feita
A mamografia, no entanto, até o momento é somente solicitada a pacientes a partir dos 40 anos de idade, anualmente. É o indicado pela Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM) e pela Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo). Nos Estados Unidos, o exame está sendo indicado a partir dos 45 anos. O Inca (Instituto Nacional do Câncer) recomenda o diagnóstico somente depois dos 50 anos e até 69 anos, com a frequência a cada dois anos, se não existirem alterações visíveis.
O Inca alerta para a existência de um excesso de mamografias, que levam ao risco de resultados falso-positivos, isto é, testes que acusam alterações que não existem. Isso pode levar a tratamento desnecessário e cirurgias. A paciente precisa conversar com o médico, que precisa analisar a estratégia individual mais adequada, considerando as características pessoais e a história familiar.
Uma informação falsa que foi distribuída nas redes sociais foi a de que a mamografia pode causar câncer de tireóide. Na verdade, ela é segura, mas não deve ser feita sem critério, porque se trata de raios-x. Mulheres com mamas maiores e mais densas precisam receber um diagnóstico mais atento, porque o tecido mamário às vezes dificulta a visualização no mamógrafo.
Amamentar também é prevenir o câncer de mama
Muita gente não sabe, mas amamentar protege contra o câncer de mama, além de ser o melhor para o bebê. Infelizmente, a maior parte da população desconhece esse fato. A pesquisa, parte da campanha Cada Minuto Conta, parceria entre a União Latino-americana Contra o Câncer da Mulher (Ulaccam) e a farmacêutica Pfizer, demonstrou que, em uma amostra de 270 participantes, 22% das mulheres e 19% dos homens desconheciam que o aleitamento materno reduz a probabilidade de tumores na mama.
Fatores de risco
O fato de não ter amamentado contribui para o câncer de mama da mesma forma que a herança genética, a obesidade, o cigarro, o sedentarismo e o alcoolismo.
O câncer de mama não tem causa única, são vários os fatores que aumentam o risco para a doença, entre eles, os endócrinos, a história reprodutiva, os fatores ambientais e os fatores genéticos e hereditários.
As mulheres com mais de 50 anos são as que têm mais probabilidade de desenvolver a doença, mas isso está mudando, conforme as observações. A incidência de câncer de mama entre mulheres jovens aumentou na última década. No Brasil, a incidência entre as mulheres que têm menos de 35 anos está entre 4% a 5% dos casos.
Sintomas visíveis
Grande parte dos casos de câncer de mama não apresentam sintomas visíveis. A manifestação mais perceptível é o nódulo, que é fixo e geralmente indolor. O nódulo é percebido pela mulher em 90% dos casos. Outros sintomas são a pele avermelhada, locais retraídos, aparência de casca de laranja, alteração no mamilo, nódulo na axila ou no pescoço e líquido anormal nos mamilos. Quando existirem esses sintomas, as mulheres devem procurar um médico o mais rápido possível, para que a avaliação diagnóstica possa ser feita.
Importância do autoexame
O autoexame das mamas deve ser feito pela mulher mensalmente, entre o 7º. e o 10º. dia, a partir do 1º. dia da menstruação ou, depois da menopausa, no mesmo dia do mês.
O procedimento deve ser feito da seguinte maneira:
– examinar a mama esquerda colocando a mão esquerda atrás da cabeça e apalpar com a mão direita. Para a mama direita, colocar a mão direita atrás da cabeça e apalpar com a mão esquerda.
– pressionar os mamilos suavemente, verificando se existe alguma secreção.
– examinar as axilas, apalpando a área embaixo dos braços.
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