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Quem pode tomar a vacina da febre amarela com segurança

A febre amarela precisa ser combatida e a vacina é a principal forma de prevenção, mas algumas pessoas morreram por reação. Será que todos podem tomar a vacina com segurança?

Até o dia 21 de janeiro de 2017, três pessoas haviam morrido em São Paulo em decorrência de reação à vacina da febre amarela, conforme informou a Secretaria da Saúde do Estado. Eram pessoas adultas, com menos de 60 anos e sem histórico de doenças prévias que pudessem justificar maiores cuidados. Além delas, mais 6 mortes estavam sendo investigadas.

Mas, no dia 30 de janeiro, um menino de 3 anos morreu, depois de tomar a vacina.

A criança tinha 3 anos de idade e morava em Carapicuíba, região que está na área de recomendação da vacina. Ele recebeu a dose de imunização no dia 12 de janeiro e faleceu uma semana depois

A família conta que dois dias após a vacina, o menino começou a apresentar os efeitos colaterais, de febre alta e mal estar. Os pais o levaram para um hospital, quando foi apenas medicado e liberado. Mas, ao voltar para casa, a situação de saúde da criança piorou e no dia 19 ele sofreu uma convulsão e parada cardíaca.

No atestado de óbito e boletim de ocorrência, o motivo da morte foi identificado como “reação adversa à vacina de febre amarela”, de acordo com a família. O Instituto Médico Legal (IML) esta investigando o caso e deve confirmar oficialmente a notícia.

O caso fez surgir uma maior preocupação com a possibilidade de outras reações graves à vacina. A Secretaria de Saúde não confirmou os casos de mortes atribuídos à vacina, apenas informando semanalmente a situação do surto epidêmico de febre amarela no Estado.

Quem pode tomar a vacina da febre amarela com segurança

Imagem: Getty

Quais são as reações adversas à vacina

As reações adversas ou efeitos colaterais da vacina costumam ser dores no corpo, dor no local da aplicação, dores de cabeça, febre alta e diarreia, até reações mais graves e fatais. Esses sintomas chegam afetar de 2%a 5% das pessoas que são vacinadas e ocorrem um ou dois dias depois da vacinação.

São muito raros os casos de morte em consequência dos efeitos adversos, mas eles acontecem em uma média de uma morte para cada 400 mil doses aplicadas, segundo a Fundação Oswaldo Cruz – Fiocruz.

A vacina é feita com o vírus da febre amarela atenuado. Em algumas pessoas, pode surgir uma reação grave chamada de Doença Viscerotrópica Aguda – DVA, causada pela vacina.

A DVA aparece de 1 a 15 dias depois da imunização. Os sintomas vão de náuseas e vômitos, até dificuldade para respirar, dor muscular, queda de pressão, cor amarelada nos olhos e no corpo (icterícia) e insuficiência hepática e renal. É um quadro muito grave, que pode levar à morte.

Quem não deve tomar a vacina

Existem grupos de risco que não devem tomar a vacina, por serem sensíveis para a ocorrência da DVA, apesar de ser possível que aconteça com qualquer pessoa. Ela não deve ser tomada por:

– crianças com menos de 9 meses

– gestantes

– mulheres amamentando crianças com menos de 9 meses de idade

– idosos com mais de 60 anos

– portadores do vírus HIV

– pessoas em tratamento com quimioterapia ou radioterapia (pacientes com câncer)

– portadores de doenças autoimunes (lúpus, artrite reumatoide)

– pessoas em tratamento com imunossupressores (transplantados)

– pessoas com alergia a ovo

É importante destacar que a reação grave é muito rara. Em caso de dúvida, um médico deverá ser consultado sobre a conveniência ou não de tomar a vacina. Os efeitos colaterais podem ocorrer relacionados a alergia aos componentes da vacina, principalmente alergias graves a ovos. A vacina é feita em substrato de ovos, com vírus atenuado e espera-se que o organismo da pessoa reaja depois da imunização produzindo anticorpos para proteger o organismo contra a doença.

A reação mais grave, a doença viscerotrópica aguda ocorre quando o organismo não detém a multiplicação do vírus da vacina, que então ataca o corpo de forma semelhante à infecção da febre amarela. A reação leva à falência renal, hepática e cardíaca, hepatite fulminante e morte.

A vacina, portanto, é indicada para quem precisa, tendo em vista o risco de exposição à infecção, porque a pessoa reside junto aos focos da doença ou porque vai se deslocar para os locais onde existe incidência da doença. Em cidades onde não é verificada a infecção não é necessário que a população seja exposta ao risco da vacina desnecessariamente, conforme alerto a Secretaria Estadual da Saúde.

Balanço sobre a febre amarela

Até o final de janeiro, portanto, foram 4 pessoas que morreram no estado de São Paulo em consequência de reação à vacina: 2 pessoas na capital, 1 caso do menino em Osasco e uma pessoa na região de São José do Rio Preto.

 Quanto aos casos de febre amarela, foi divulgado balanço atualizado até a primeira semana de fevereiro de 2018, dos casos de infecção e casos de morte pela doença, segundo o Ministério da Saúde. As informações são de 353 casos confirmados de febre amarela e 98 mortes de pessoas em consequência da doença, no período de 1º. de julho de 2017 a 6 de fevereiro de 2018.

LINK: https://g1.globo.com/bemestar/noticia/brasil-tem-98-mortes-devido-a-febre-amarela-desde-julho-diz-ministerio.ghtml

Os dois estados brasileiros com maior incidência são São Paulo, com 161 casos e Minas Gerais, com 157 casos confirmados. O Rio de Janeiro teve 34 casos e 1 caso foi registrado no Distrito Federal.

No dia 9 de fevereiro, a prefeitura de São Paulo confirmou o primeiro caso de febre amarela ocorrido na capital. Um homem de 29 anos, morador da zona norte, no distrito de Tremembé, e que foi infectado na cidade. No mesmo dia, 4 parques da zona sul da cidade foram fechados, por ter sido encontrado um macaco que morreu com a doença.

A vacina é importante

A vacina é a única e principal forma de proteger a grande maioria da população contra uma doença grave como a febre amarela, que pode ser fatal. É importante seguir as orientações quanto aos grupos de risco para reações, para que seus efeitos adversos não ocorram ou pelo menos, sejam evitados ao máximo. No entanto, para a imensa maioria dos moradores das áreas de risco, a vacina deve ser tomada.

Regina Di Ciommo

Mestre e Doutora em Sociologia pela UNESP, pesquisadora na área de Ecologia Humana e Antropologia, Desenvolvimento e Sustentabilidade Ambiental, foi professora em cursos superiores de Sociologia e Direito, nos estados de São Paulo, Minas Gerais e Bahia.

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