Se você está buscando mais informações sobre o transplante e doação de órgãos, saiba que encontrará toda a informação de que precisa neste artigo. Acompanhe e saiba mais.
O transplante de órgãos é uma prática muito nobre, necessária e comentada, mas infelizmente que ainda conta com poucos adeptos. Em muitos casos essa opção pode ser a única saída para que uma vida seja salva.
No entanto, muitas pessoas ainda possuem dúvidas sobre o assunto, e até mesmo medos ou pré-conceitos. Por isso, criamos um artigo com todas as informações relevantes sobre transplante e doação de órgãos no Brasil.
Imagem: Getty
Dados sobre a doação e o transplante de órgão no sistema público de saúde
O SUS – Sistema Único de Saúde conta com o maior programa de transplante de órgãos público do planeta. Atualmente 87%, dos transplantes realizados no país são feitos pelo sistema de saúde público.
Conforme dados divulgados no Sistema Nacional de Transplantes, o Brasil em 2017 contou com 10.614 doadores em potencial e apenas 3.420 doadores efetivos. Acompanhe mais dados relacionados aos últimos 5 anos na tabela a seguir:
Doações de órgãos realizadas no Brasil nos últimos 5 anos | |||||
Brasil | 2013 | 2014 | 2015 | 2016 | 2017 |
Potencial Doador | 8.916 | 9.378 | 9.727 | 10.158 | 10.614 |
Potencial Doador (PMP)* | 46,7 | 49,2 | 48,0 | 49,7 | 51,5 |
Doador Efetivo | 2.562 | 2.710 | 2.836 | 2.987 | 3.420 |
Doador Efetivo (PMP)* | 13,4 | 14,2 | 14,0 | 14,6 | 16,6 |
Percentual de Efetivação | 28,7% | 28,9% | 29,2% | 29,4% | 32,2% |
Entrevista Familiar | 7.874 | 8.228 | 6.191 | 5.921 | 6.472 |
Negativa Familiar | 3.492 | 3.457 | 2.739 | 2.560 | 2.740 |
Negativa Familiar (%) | 44% | 42% | 44% | 43% | 42% |
Tabela 1: Centrais Estaduais de Transplantes – CET
Transplantes Realizados no Brasil nos últimos 5 anos | |||||
Brasil | 2013 | 2014 | 2015 | 2016 | 2017 |
Coração | 268 | 309 | 352 | 357 | 380 |
Fígado | 1.726 | 1.756 | 1.816 | 1.880 | 2.118 |
Pâncreas | 42 | 42 | 20 | 26 | 24 |
Pulmão | 79 | 68 | 74 | 92 | 112 |
Rim | 5.288 | 5.423 | 5.409 | 5.492 | 5.948 |
Pâncreas Rim | 121 | 98 | 101 | 108 | 87 |
Total Órgãos Sólidos | 7.524 | 7.696 | 7.772 | 7.955 | 8.669 |
Córnea | 13.765 | 13.456 | 13.793 | 14.641 | 16.417 |
Medula Óssea | 2.113 | 2.076 | 2.102 | 2.363 | 2.388 |
Total Geral | 23.402 | 23.228 | 23.667 | 24.959 | 27.470 |
Tabela 2: CET – Centrais Estaduais de Transplantes/ REDOME/ TabWin
Antes de começarmos a falar sobre o transplante e doação de órgãos é importante dizer que a primeira opção das famílias é sempre a procura por tratamentos que promovam a cura sem que o transplante seja necessário. No entanto, nem sempre isso é possível, algumas doenças são graves demais para serem tratadas e a única solução é a substituição do órgão.
Como dito anteriormente, a maior parte dos transplantes realizados no Brasil são feitos pelo sistema público de saúde. Isso significa que nem a família do doador, nem a família do receptor precisam arcar com algum custo.
Mesmo assim, a cada ano que passa o número de pessoas na lista de espera por um órgão aumenta. O que faz com que o mercado do tráfico de órgão cresça cada vez mais, visando apenas os lucros. E esse não é um problema apenas do Brasil, todo o mundo sofre com o mercado de tráfico de órgãos.
Como o transplante e doação de órgãos funciona?
Os transplantes de órgãos começaram a ser realizados no Brasil no ano de 1964, na cidade do Rio de Janeiro e, desde então essa prática vem sendo regulamentada pela Lei 9.434 e a Lei 10.211, que definem que a doação de tecidos e órgãos podem acontecer apenas em duas situações:
- Por um doador vivo com um parentesco de quarto grau, contanto que não existam prejuízos futuros para o doador;
- Por um doador morto, desde que o procedimento seja autorizado por um familiar com um parentesco de até segundo grau.
Ou seja, existem doações que podem ser feitas em vida, e outras que podem ser realizadas apenas quando o doador está condenado ou já está morto. Os casos de doadores considerados como condenados, são aqueles em que o paciente sofre uma morte cerebral, mas seu corpo continua funcionando com a ajuda de aparelhos.
Esses casos, apesar de serem muito recorrentes, geralmente também são muito polêmicos, já que na maior parte dos casos a família, que precisa autorizar a doação, acredita que o paciente ainda está vivo, ou que existem chances dele se recuperar.
Como ser doador ou receptor de órgãos
Para se tornar um doador de órgão é preciso que você informe sua família sobre seu desejo, pois, quando serão eles os responsáveis por autorizar a doação quando você falecer.
Já os transplantes que podem ser feitos em vida, como o de medula óssea e rins, por exemplo, não precisam da autorização dos familiares, apenas dos doadores. Nestes casos é preciso apenas que exames de compatibilidade sejam feitos para que o procedimento possa ser realizado.
Para se tornar um doador por morte, é preciso que esta seja constatada como morte cerebral. Depois disso, é preciso averiguar se o doador teve em vida, alguma doença que prejudicasse o funcionamento de alguns dos seus órgãos que podem ser doados. Doenças como AIDS, câncer e hepatite tornam a doação inviável.
Alguns órgãos como tecidos e córneas, podem ser doados em um período de até seis dias após a constatação do óbito, contanto que estes órgãos sejam mantidos em bom estado. Outros órgãos, no entanto, precisam ser transplantados em um período bem menor como o coração, por exemplo, que possui um prazo máximo de quatro horas para ser transplantado.
Veja na tabela a seguir o período máximo para a doação de órgãos de acordo com cada um deles:
Órgãos | Tempo máximo para a retirada | Tempo máximo para a preservação fora do corpo |
Córneas | 6h após a parada cardíaca | 7 dias |
Coração | Antes da parada cardíaca | 4 a 6 horas |
Pulmões | Antes da parada cardíaca | 4 a 6 horas |
Rins | Até 30min após a parada cardíaca | Até 48h |
Fígado | Antes da parada cardíaca | 12 a 24h |
Pâncreas | Antes da parada cardíaca | 12 a 24h |
Ossos | 6h após a parada cardíaca | Até 5 anos |
Tabela 3: www.abto.org.br
A compatibilidade do doador com o receptor também é um fator que deve ser considerado, visto que, além dos dois precisarem ter o mesmo tipo sanguíneo, eles também precisam ter códigos genéticos compatíveis e tipos físicos próximos como, por exemplo, peso e altura.
Para ser um receptor de órgãos, é preciso que a pessoa esteja cadastrada na lista nacional de espera, sua colocação dependerá da sua idade, das chances de sobrevida e da gravidade do seu problema. Atualmente, existem mais de 70 mil pacientes na lista de espera de transplantes de órgãos.
As informações mais importantes sobre o transplante e doação de órgãos foram passadas aqui, mas se ainda houverem dúvidas sobre o assunto. É possível se informar mais a respeito no site da ABTO – Associação Brasileira de Transplante de Órgãos.
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