Vacinas – o dilema de dar ou não dar
Médicos estão preocupados com a recusa dos pais em vacinar seus filhos
Nas últimas décadas vem caindo a prática da vacinação em crianças, principalmente nos EUA e Europa. Apesar de ainda ser a atitude de uma minoria de país no Brasil, ela vem se transformando em uma preocupação dos médicos, depois que as estatísticas mostraram a que a incidência das doenças que poderiam ter sido prevenidas com a vacina subiu.
Sarampo e coqueluche voltam a atacar
O sarampo voltou a atacar em todo o mundo e na cidade de São Paulo, só em 2011, foram 26 casos de sarampo. O problema não se restringe às crianças que não tomaram a vacina, porque elas contaminam bebês que ainda não completaram a idade mínima para serem vacinados, que é de um ano. Além do sarampo, a coqueluche também está aumentando sua incidência no Brasil e nos EUA.
Em 2012, o índice subiu para 8,1 casos por 100 mil habitantes, o que comparado com 0,5 caso em 2010 mostra um aumento de 135%, que traduzido em números absolutos significa 5.295 casos em 2012.
A bactéria, que anteriormente mostrava sinais de estar em declínio e controlada, agora está em circulação. Em virtude desse fato, a partir de julho de 2014, as mulheres grávidas passarão a receber a vacina contra coqueluche, para proteger os recém-nascidos.
A vacinação no Brasil é obrigatória e as escolas são encarregadas por lei de controlar a imunização dos alunos, mas isso nem sempre acontece. A pais que ficam inseguros em vacinar os filhos, porque há médicos que afirmam que as vacinas tem efeitos colaterais e podem causar desde autismo até outras doenças. No entanto, estudos científicos, realizados com mais de 1,2 milhão de crianças, já demonstraram que o autismo não é provocado por vacinas.
Vacinação contra o HPV
O Ministério da Saúde está realizando a vacinação contra o HPV nas escolas e postos de saúde, para o público alvo da campanha, as meninas de 11 a 13 anos, numa primeira fase e posteriormente para as meninas de 9 e 10 anos, até 2016. A imunização dessa população jovem tem como objetivo proteger as meninas antes de qualquer contato com o vírus do HPV, transmitido sexualmente, quando a eficácia da vacina é maior. O vírus leva ao câncer do colo do útero, com grande incidência no Brasil e deve ser, portanto, levado muito a sério.
Entretanto, apesar do risco ser apontado pela classe médica e a imunização ser a atitude mais indicada, oferecida gratuitamente pelo governo, há pais que se recusam a permitir que suas filhas sejam vacinadas.
Os pais precisam assinar a autorização para que as garotas sejam vacinadas nas escolas, mas há famílias que se opõem a isso, por questões morais e religiosas. Na verdade, a imunização levanta a questão do sexo entre as adolescentes e há aqueles que acreditam que a vacina pode estimular a prática sexual precoce ou pode fazer com que os jovens acreditem que inibe a gravidez, pela falta de informação adequada.
Por outro lado, há famílias que se preocupam com efeitos colaterais da vacina, apostando na capacidade do organismo de combater o HPV por si mesmo e na eficácia da prevenção através de exames ou tratamento se ocorrer a contaminação.
Essa resistência dos pais é reforçada por divulgação de raros estudos publicados afirmando que doenças podem ser possivelmente causadas pela vacina. Há também opiniões divergentes e aconselhamentos dados por enfermeiras e outros profissionais da área de saúde, que atemorizam os pais. Na verdade, alguns efeitos relatados como colaterais foram posteriormente relatados como não tendo relação direta com a vacina.
No entanto, a polêmica existente é grande, já existindo grupos em redes sociais que defendem a rejeição à vacina. Existem pais temerosos dos efeitos secundários e aqueles que não autorizam a vacinação também enfrentam rejeição de outras famílias nas escolas.
A resistência daqueles que temem o incentivo à vida sexual também está contribuindo para que a vacina do HPV não seja amplamente aceita. A vacina nesse caso é vista como uma liberação do sexo antes do casamento.
Não vacinar as crianças traz consequências
Existem muitos pais que acreditam que as doenças “antigas” não são mais problemas. No entanto, o maior progresso verificado pela medicina, segundo muitos médicos, está nas vacinas, que são cada vez mais seguras e eficazes. Mas, entre aqueles que adotam a vida mais natural, cresceu a rejeição às vacinas.
A coqueluche ou como também é chamada, tosse comprida, cresceu em 2010, mostrando que a incidência é cada vez maior. Um estudo na revista Pediatrics mostrou que, nos EUA, as crianças que não tomaram a vacina da coqueluche estavam nos grupos que foram infectados com a doença na razão de duas vezes e meia a mais do que as que tomaram.
Para evitar os surtos da doença e reduzir o risco de contaminação para os indivíduos vulneráveis e que ainda não foram vacinados, estima-se que seja necessário que 95% da população esteja imunizada. O estudo indica que onde existe grande número de pessoas não vacinadas o risco de surtos de coqueluche coloca as crianças pequenas em grande risco, já que a coqueluche é uma doença que se prolonga por meses e que causa grande sofrimento ao paciente, podendo mesmo levar à morte.
Há, portanto, uma grande responsabilidade dos pais quando decidem vacinar ou não vacinar uma criança, já que as consequências atingem não apenas os seus filhos, mas também a saúde da comunidade, que está abaixo do nível de proteção.
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